Viviane Marconato: Professora, pedagoga, psicopedagoga e também pós-graduada em interdisciplinaridade. Nasceu em São Pedro do Sul, no dia 02/07/1965. Escreve desde os 12 anos, até hoje, poesias e prosa. Faz parte como uma das coordenadoras em Santa Maria e Secretária do movimento virArte onde tem alguns trabalhos publicados: na Agenda Poética 2007, Voragem 2007, Aldeia, Cidade (En) Canto 2007. É integrante da CAPOSAM (Casa DO Poeta de Santa Maria) onde participou das antologias: Confraria (In) Verso II, III, IV, V_no Jornal Letras Santiaguense ( Edição trimestral), Jornal Cidadão (São Pedro do Sul), Diário de Santa Maria. Também faz parte do recanto do Escritor Segatto, onde participou com poesias, crônicas e prosa, nas Coletâneas Conquistando Mais Amizades do que Solidão XI, XIII, XIV, XV bem como outras antologias, em São Luiz Gonzaga e São Pedro do Sul de 2007.

( De longe, vejo... )

De longe, vejo
teus olhos em meio
a neve
Logo sedas avermelhadas
soltam-se
como se fossem
plumas...
Caem, sangram

respingam na
menina o tempo
que não volta mais.

Viviane Marconato

Pegadas

impregnadas
invadem narinas
perturbam ouvidos
afastam silêncios
apagam-se
aos poucos
aos poucos
levando partes
das histórias,
das glorias.

Viviane Marconato

exausta

escalo degraus dos órgãos
sãos do corpo
embaralho a sorte
espero acontecer
mas a essência de mim
tropeça em pés de marfins
friamente retraio-me
em casulos super lotados
que não querem flores,
nem perfumes,nem estrelas
nem mesmo a mim
(então desisto).

Viviane Marconato

cantar

canto sem mesmo
gesticular os lábios
pois minha voz calou-se
no meio dos desencantos
(de tantos)perdi a voz!

Viviane Marconato

INEXPLICAR

teu corpo,sem jeito
desenha no meu,o que bem quer...
sem censura adormece,
derrama prazeres
sugados da alma
das entranhas faz
escorrer esperanças,
momentos dóceis,
palavras frágeis
Contempla-se o vai-e-vem
em melodias orquestradas
e pausadas.
vontades infinitas
passeiam,saboreiam-se
e proliferam-se
tudo se perde,
não há controle
não há explicação
não há fim...

Viviane Marconato

A onda chegou apressada...

A onda chegou apressada
empurrou a menina
que em meio a areia
construía seu caminho
... O menino, que brincava
de amar

A onda chegou atrevida,
não pediu licença
levou a embriagues dos
homens amanhecidos
a saudade doida de tempos
que não voltam jamais
A onda levou meu olhar distante
e perdido
... o vento fresco da manhã
... o calor da tarde
... o arco-íris
levou minhas pegadas
deixadas na areia
levou até as estrelas
que eu carregava
em meu ventre.

Viviane Marconato